terça-feira, 22 de abril de 2008

A Adolescência



A adolescência é um período de profundas mudanças internas e externas do organismo global, física e mentalmente. É também a idade predileta para a eclosão da maioria dos transtornos emocionais. Entre elas a gravidez na adolescência é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias.
No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70, engravidam hoje em dia. A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos.
A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante; 14% das adolescentes já tinhas pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas atendidas pelo SUS no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos. Nesses cinco anos, 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos.

Por que acontece a gravidez na adolescência?



A falta de um projeto de orientação sexual nas escolas, família, comunidade de bairro, igrejas.
A mídia é outro vilão nessa questão, exagerando na erotização do corpo. Algumas pessoas que são vistas na passarela, revista, cinema e televisão são para os adolescentes verdadeiros ídolos, ídolos esses que passam uma imagem de liberação sexual, e a tendência de um fã é sempre copiar o que seu ídolo faz.
A falta de informação dos pais de adolescentes é um fator fundamental. Não havendo em casa alguém que possa informá-los, que sirva de modelo, que tire suas dúvidas e angústias. A insegurança de perder o namorado é outro fator responsável de fazer com as adolescentes se entreguem cedo.

SOCIEDADE X VIRGINDADE



A sociedade erotizada chama a atenção para os riscos físicos do sexo, esquecendo-se de outro ponto que é tão importante quanto a saúde do corpo: a mente sadia.
Atualmente, a mídia tem sido o meio mais feroz de incentivo à vida sexual. No entanto, este incentivo tem uma proporção infinitamente mais voltada para o lado negativo. Na televisão, por exemplo, são muitas horas voltadas para o desrespeito ao próximo, para o incentivo de receber mais do que dar; e poucos minutos de orientação sexual adequada, principalmente para os adolescentes. É preciso lembrar que "sexo é bom, quando é bom para os dois". Um dos exemplos de erotização, diz respeito, à forma como a sociedade encara a virgindade. Ser virgem não significa de maneira alguma estar fora do mundo atual, mas estar em um momento de reflexão. A pessoa virgem ainda não se sente preparada para enfrentar a relação sexual com a maturidade que ela merece e, isto, independe da idade.

Os problemas de uma gravidez na adolescência...


A gestação na adolescência é um problema mundial de saúde pública pois, atinge, principalmente, a classe social mais carente e de menor escolaridade, sendo na maioria das vezes não planejada.
Sabemos que a gravidez nesta faixa etária não é algo novo. Maria teve Jesus com 15 anos de idade. Porém, o grande diferencial é que antes a gestação acontecia dentro da instituição do casamento. Hoje, esta ocorre primeiro, sofre todos os estresses e, algumas vezes, os parceiros passam a morar juntos.
Os riscos de gestação na adolescência não são apenas devido ao fator idade, existem riscos biológicos, porém, psíquicos e sociais bastante importantes. Quanto ao fator idade, podemos considerar duas faixas etárias, a adolescência precoce de 11 à 15 anos e a tardia de 16 à 19 anos. È na primeira fase que ocorrem mais riscos. Um fator é a idade ginecológica que é menor, isto é, quanto menor a diferença entre a idade cronológica da paciente e aquela que teve a primeira menstruação maior o risco para a gestação, devido a imaturidade da vascularização uterina, o que acarretaria o parto prematuro ou uma placenta insuficiente. Porém, esta faixa etária coincide com a maior não aceitação da gestação, maior postergação do início do pré-natal acarretando falta de orientação alimentar, tratamento de anemia, infecções urinárias ou vaginais, pré-eclampsia e também um trabalho psíquico-social.
A gravidez na adolescência traz mais problemas devido ao início do pré-natal tardio, do que esta se dar numa fase precoce da vida reprodutiva.
As patologias mais freqüentes são: pré-eclampsia ou eclampsia, anemia, infecção urinária ou vaginal e parto pré-maturo. Estas ocorrem, em geral, em gestações no extremo da vida reprodutiva e na primeira gestação. Podem ser amenizadas ou evitadas com um pré-natal bem feito.
O tipo de parto independe da idade. É errado acreditarmos que a adolescente não tem "passagem" e que deve ter cesariana. Esta tem exatamente a mesma freqüência da mulher adulta e mais uma vez, se há um bom preparo durante o pré-natal para o momento do parto, este ocorrerá sem problemas salvo quando existe a indicação obstétrica formal para o parto abdominal. A maior indicação de cesariana é a pré-eclampsia, independente da idade e a desproporção céfalo-pélvica é raro em todas as idades. Os riscos biológicos para o recém nascidos são comprovadamente mais freqüentes nesta faixa etária. A prematuridade e o baixo peso ocorrem mais em filhos de adolescentes do que de mulheres adultas. Estas são as principais causas de morbi-mortalidade. Quando o filho é bem aceito será bem cuidado, independente da idade da mãe e esta o amamentará, o vacinará, logo, não há motivos para acreditarmos que os filhos de adolescentes adoeceram mais do que os filhos de adultas.
Maior do que os riscos biológicos são os psíco-sociais. Em geral, a adolescente para de estudar e trabalhar, tem sentimentos de diminuição de auto-estima, depressão e, algumas vezes, pensa até em suicídio.
A baixa escolaridade é tanto causa como conseqüência da gravidez na adolescência. Sabemos, que quanto menor a escolaridade maior probabilidade de ocorrer gestação e que esta faz com que a adolescente pare de estudar, por vergonha das amigas, pressão da escola e, muitas vezes, da família, por punição ou por acreditar que esta é a única maneira da jovem cuidar do seu filho, ou ainda, pressão do parceiro. Os meninos, muitas vezes, param de estudar para trabalhar, para sustentar a nova família. A própria vida conjugal muda. Em geral, a gravidez ocorre fruto de uma relação sexual desprotegida de um casal de namorados adolescentes, ou entre adolescente e um adulto jovem, que resolvem se unir. Outras vezes, a gravidez é fruto de uma relação não formal e o parceiro não assume a gestação, na maioria destes casos ocorre o aborto provocado. Como estas relações sexuais, em geral, são escondidas, a gravidez é a prova visível de que estas estavam acontecendo. A situação desperta alguns sentimentos, na sua maioria, negativos, como medo, vergonha, desespero.
O Serviço de Adolescente da Maternidade Escola Assis Chateaubriand vem atendendo de forma multiprofissional a adolescente na gestação e fora desta, no planejamento familiar, prevenção e tratamento das patologias ginecológicas, fazendo, com que as adolescentes tenham atendimento e assistência mesmo depois do parto.
Zenilda Vieira Bruno
Universidade Federal do ceará

Desafios mais freqüentes de uma adolescente grávida!


1º. Contar aos pais o que se está a passar. Porque, muitas vezes, os pais reagem mal à nova situação, sentem-se desapontados, envergonhados, e culpados, questionando-se “onde é que eu errei na educação dos meus filhos?”
2º. Gerir a relação consigo própria pois, tem que conciliar a gravidez e a expectativa da maternidade com os seus projetos e interesses de adolescente, tendo de conciliar o papel proveniente da sua própria idade com o papel inerente ao seu novo estado. Para a maioria das jovens é com angústia que se questionam sobre o que lhes vai acontecer dali para a frente, como irão conciliar a vida de estudante com a de adolescente e a de mãe.
3º. Lidar com as possíveis alterações na relação com o seu namorado pois, algumas vezes, estes acabam por se afastar.
4º. Gerir a relação com o seu grupo de amigo(a)s.
5º. Encontrar um espaço onde se sinta confortável para falar sobre os seus medos e expor as suas dúvidas inerentes a esta nova situação.

Métodos Anticoncepcionais, que a maioria das adolescentes conhece mais não usam


Os métodos anticoncepcionais são maneiras ou técnicas simples utilizadas por quem pretende manter relações sexuais sem correr o risco de gravidez precoce ou contrair doenças.
Os principais métodos contraceptivos são:
- Pílula: é um comprimido feito com hormônio sintético (não natural) que impede o amadurecimento do óvulo e a ovulação. É um método quase 100% seguro de evitar uma gravidez. O médico pode indicar qual é a mais indicada para cada mulher.
- Camisinha: é uma espécie de saquinho de borracha que deve ser colocado no pênis já ereto, antes da penetração na vagina. O esperma ejaculado fica dentro da camisinha, impedindo que os espermatozóides entrem no corpo da mulher provocando a gravidez. Serve também para impedir a transmissão de doenças como a Aids, Sífilis, Gonorréia e, entre outras. Existe também a camisinha feminina.
- Diafragma: é uma capinha de borracha que deve ser colocada na parte mais profunda da vagina, para cobrir a entrada do colo do útero e, assim, impedir a penetração dos espermatozóides. O diafragma deve ser colocado antes da relação sexual e só deve ser retirado oito horas depois. Não prejudica nem a saúde da mulher e nem a do homem durante a relação.
- DIU: dispositivo intra-uterino. É uma peça de cobre ou de silicone e plástico, que é colocado pelo médico dentro do útero, durante a menstruação. Essa peça impede que o espermatozóide chegue até o óvulo. Não é abortivo. Pode ter várias formas, sendo a mais comum em forma de T. O DIU pode sair do lugar e provocar sangramento, cólicas e aumento do fluxo menstrual.
- Tabelinha: é um método natural pois, não utiliza nenhum material ou remédio. Consiste em não ter relações sexuais no período fértil, ou seja, no período em que pode existir um óvulo maduro no organismo da mulher. Só dá certo se a mulher tiver o período menstrual regular, caso contrário, o risco de engravidar é grande.
- Espermicida: tipo de creme, espuma ou gel que contém substâncias químicas capazes de destruir os espermatozóides. É colocado no fundo da vagina, antes de cada relação sexual. Este método só é realmente eficaz quando combinado com outros métodos, como o diafragma por exemplo.
- Métodos Cirúrgicos: são métodos onde ocorre a intervenção cirúrgica, chamados de ligadura de trompas (feminino) e vasectomia (masculino).
- Coito Interrompido: consiste em interromper o ato sexual momentos antes da ejaculação masculina. Não é garantido, além, de não evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
- Pílula do dia seguinte: deve ser tomada em duas doses com intervalo de 12 horas. Os efeitos colaterais mais comuns são enjôos e vômitos. Quando tomada até 72 horas depois da relação sexual desprotegida, a eficiência é de aproximadamente 80%.

O FUTURO DAS ADOLESCENTES GRÁVIDAS



O futuro destas adolescentes é incerto, cheio de dúvidas.
A descriminação da sociedade é grande. A incapacidade de conciliar estudo, trabalho e filhos é imenso, os sonhos são desfeitos e colocados naquele pedacinho seu que virá ao mundo, fazendo com que tudo o que não fez durante sua adolescência seja executado pelos filhos que virão fazer parte de um mundo tão injusto e cruel cheio de mazelas e desigualdades sociais. Sendo assim, não haveríamos como definir com detalhes como seria a vida destas jovens mães, mas temos a certeza que será muito difícil, se por acaso não encontre apoio da família e da sociedade.






Alessandra Menezes, Anne Bezerra
FANOR - Faculdades Nordeste

NÃO ESQUEÇA!


A gravidez na adolescência é um problema que deve ser levado a sério e que não deve ser subestimado quer seja, pelos adolescentes, pais e professores. Os adolescentes, sejam eles rapazes ou moças, devem pensar e viver a sexualidade, não só como uma forma de sentir prazer, mas também como um conjunto de responsabilidades perante si e perante a sociedade em geral.
Em suma, crie um espaço de diálogo com seu filho(a) e lembre-o(a) que é possível continuar a sair com os amigos e namorar, mas de forma diferente, uma vez que a gravidez não torna os adolescentes adultos de uma hora para a outra e, deve ser evitada e planejada. Se não for você, que é pai/mãe a alertar o seu filho(a) para os riscos, lembre-se que ele(a) poderá recorrer a um colega/amigo menos informado, para tirar dúvidas, e este poderá induzi-lo(a) a um erro. Evite estas situações e previna-os...
E, você jovem! Converse com seus pais pois, o diálogo aberto é o primeiro passo para evitar uma gravidez na adolescência.

O Namoro...


Antes de tudo... Declarações de amor...


Para o amor não existe limites de Classe Social...


A Gravidez e Seus Cuidados...


A Semente de um Grande Amor... O Filho!


Bibliografia

Acessado em: abril de 2008
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Acessado em: abril de 2008
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